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FIM DE LINHA...


A Propósito do dia Internacional das Mulheres...



Antonio Gallobar

8 de março de 2018 

Conteúdo partilhado com: Público
... Também porque é dia internacional da Mulher, partilho este texto que escrevi há muito tempo, e que encontrei no meu baú; desejando a todas as grandes mulheres da minha vida sobretudo à minha esposa Maria Luisa Barbosa que é uma grande mulher, porque acalenta todos os meus sonhos, mas também a todas as minhas amigas que lutam tenazmente diariamente contra uma Sociedade que as oprime. Beijinhos a todas.

Liberta-te das amarras e sonha uma vez na vida.

Eis que chegam finalmente os dias de brisa suave, aqueles que passam sem se dar conta, quase anónimos; dias onde falta amor e a deixam insegura quase confundida. Olha a vida ao longe por entre o serviço interminável e apressado da esplanada onde trabalha, sentindo que a vida lhe estava a passar ao lado compulsivamente. Via os sorrisos nos rostos dos outros, quase sempre era assim, vivia sem ter tempo para si... e isso fazia-lhe uma certa confusão; saber não ter tempo para praticamente nada. Seria por distração ou teria sido porque não sentiu ainda o apelo da vida; será que por ventura esqueceu ou desconhece em absoluto como é belo e rico esses estados de alma que a vida por todos chama, ou a quase todos. Ela não tinha bem a certeza disso, via-se metida num centro comercial de sol a sol, entre a cozinha do bar e o serviço da esplanada e para si sabia não ter tempo para quase nada, muito menos parece predisposta para essas coisas de amor ou romances tal como via nas telenovelas antes de adormecer; a sua vida não seria fácil, andando constantemente preocupada, demasiadamente preocupada diria até, com as prestações da casa, com a ATL dos filhos ou com a reforma da mãe que não chegava nunca para ajudar nas contas da casa e da sua vida; para não falar no que recebe pelo trabalho que faz, esse nunca chegava para tudo que precisava, era uma luta constante; isto de ser mulher mas sobretudo uma mãe solteira tem as suas voltas.

Naquele preciso instante longe dali, as andorinhas chegavam à sua aldeia a cada instante aos bandos, ao lugar que ela simplesmente deixou para trás. Chegavam aos magotes prenhes de saudades voando livres, cruzando ziguezagueantes os campos verdes, pelos seus campos verdes que deixou um dia. Por muito que lhe custasse ela ainda não fizera como as andorinhas que regressam sempre, alegrando cada canto cada esquina e se entregam aos prazeres da vida.

Na cidade a nada disto se assiste, assiste-se ao desenrolar constante de pequenos-grandes dramas humanos de quem vê a vida passar-lhe ao lado, ou mede a vida pelo que vem impresso nas revistas cor-de-rosa, e olha para a própria de forma passiva quase indiferente teimando em manter uma atitude contrastante face ao corre-corre do quotidiano sem haver tempo para nada e aí permanecem indiferentes, calados e tristes vegetando numa pressa que os devora, dando a ideia de não quererem acreditar que se pode tentar ainda ser feliz aqui e ter tempo para amar, conseguir criar os filhos conforme se deseja preparando-os para a vida.

Mas o escasso tempo livre que dispõe, vive-o à pressa sobretudo a partir do sol se pôr, depois de cuidar dos filhos e se junta por vezes aos amigos para conviver um pouco ao som de música estridente e com um copo na mão. Onde o amor se confunde na maioria dos casos com sexo. Não há tempo para nada, parece imbuída num vórtice onde tudo é demasiado voraz girando em torno de si mesma, sem haver tempo para romances; não há tempo para se pensar nisso, os filhos por si só asseguram a renovação dos tempos... dos novos tempos que onde vir, onde as pessoas haverão de encontrar tempo para olhar de novo os campos com calma e sobretudo com tempo para olhar o céu e as estrelas deleitando-se com a chegada das andorinhas. Aqui na cidade dela a cidade irá continuar igual a si mesma, sobretudo apressada e voraz, e também por isso, os que por aqui andam se quedam calados e tristes, curvando a cabeça ignorando os ciclos da vida, escondendo-se de forma absorta sob a penumbra do tempo, esse sim corre de forma inexorável fazendo de cada um de nós, meros figurantes, meros espectadores que assistem conformados.

E assistimos indiferentes a tudo, observando mas ignorando o desenrolar da história que vemos à nossa volta, sem sentirmos já sem esperança, como se tivéssemos chegado ao fim da linha e nada mais importasse permanecendo amorfos eternamente.

FIM DA LINHA

Quando nada restar
que não sejas apenas tu
passa água pelo rosto
e acorda para a vida
ganha coragem
faz o que
tem de ser feito.

Não te escuses com outros
não procures desculpas
apenas tu contas
a vida que desperdiças
é apenas a tua
aproveita o tempo
aproveita a maresia
e o chilrear das aves
que não tardarão aí

Abandona a cidade
ela não tem tempo para ti
é urgente ter coragem,
liberta-te hoje mesmo
entrega-te aos teus sonhos
e dança uma valsa
apaixonada com a vida .

António Gallobar 

Saber viver

E sem delongas o sol partirá suavemente,
ocaso mágico, escondendo-se de nós,
dos olhares maldizentes sem voz, 
vem à memória, lembranças num repente.

Nesse instante, as velhas dúvidas regressam. 
Pudéssemos como ele, assim poder partir,
partir,e ter a rara chance de voltar 
pela aurora qual milagre renascer.

Assim deveria ser a nossa vida…
Poder fazer um “reset” e renascer. 
Voltar ao colinho da mãe querida.
Nova oportunidade de viver. 

Para ser feliz e de quem rodeia 
Será preciso evitar erros, aprender. 
Saber viver não custa, 
O que custa é saber viver

31/10/2025
António Gallobar







Voa livre, pensa livre

A vida não é por ventura fácil
mais fácil será desistir, a resistir
no caos, encontrarás o caminho
que te fará de novo sorrir.
Se vives momentos de incerteza
a tua vida, não anda nem desanda
nada conseguirás aí sentado
caminha que a opressão não abranda.
Talvez te sintas perdido
Apesar das dificuldades
acredita, não estás morto
apenas atordoado e ferido
Pensa, sê um homem livre, desperta
voa sem medo vive a tua vida.
Solta as amarras que te amordaçam
a batalha é difícil, mas não perdida!
7 de Outubro de 2023

Dia de Portugal, de Camões e das comunidades Portuguesas

 Portugal eterno, pátria amada


Portugal eterno, pátria amada
De Guterres, Pessoa a Camões
A tua língua se espalha pelo mundo
A tua visão humanista guia corações
A língua Portuguesa é bandeira
Maltratada porém sinal de união
Que liga os povos do mundo
Que partilham a mesma paixão
Portugal que partiste à aventura
Por mares então desconhecidos
És exemplo para as gerações futuras
Porto de abrigo para perseguidos
As cores da bandeira mostram a tua paixão
verde esperança, campos de prosperidade
Vermelho é paixão, é sangue derramado
Das causas que acredita e nossa identidade
E no centro da bandeira, como um sol
o conhecimento, a inovação das descobertas
farol para o mundo, das causas que crês
Esperança e luz para as batalhas incertas.
António Gallobar
10 de Junho de 2021

Não culpes o teu destino



Solitário trilhas o teu caminho
Observando apenas
Destilando pesadas penas
Teimas em deitar as culpas ao destino.
Há momentos que pensamento é só um,
dás contigo a tentar compreender, a magicar
E se apenas sentes muito medo em errar
Desiste, pois não irás a lado algum.
Acredita com entusiasmo
A vida não está perdida
Errar, faz parte da vida
Desperta desse marasmo
Luta, levanta essa cabeça
tens tempo de ser feliz...
Mesmo se a vida te desdiz
E hoje não te pareça!
Abre de vez
as gelosias da alma
E sorri




António Gallobar

Por ti morro de Amores

Meu tesouro!

Deambulo meio perdido
pelas ruas estreitas e calçadas
onde me perco de amores
pelas buganvílias nas sacadas
Varandas e varandins
ferro forjado, azulejos
assim é o meu "Porto"
que nunca poupa nos beijos
É de ouro, é de ouro
é de ouro!
é de ouro...
Pedras velhas contam histórias
dos amores das brincadeiras
dos namoricos às escondidas
por detrás das trepadeiras
É tudo ouro
tudo ouro!
Onde até o belo rio
é douro...




António Gallobar
3 de Junho 2021

Sentimentos dispersos
























No teu olhar perdido me sinto
alheio a tudo, sem nada importar
persigo o sonho de te ver
quiçá um dia te encontrar
E nesse sonho me deixo cair
do ir, não ir, ou do ficar
lentamente acordar da letargia
que prende o meu pensar
E nesse sentimento
meio obtuso
me escuso
Acordar devagarinho
dizer não, pra variar
abrir os olhos e voar


António Gallobar
24 de Maio de 2021

Pára tudo

r


Pára o tempo, pára tudo…
avança a penumbra dos medos…
e tu que não vens!

Não ouves o vento que passa
os meus suspiros, gritos e ais!
Apenas os silêncios ficam
matam, magoam, nada mais

António Gallobar

Sob a tua sombra ao entardecer, 

descansam corpos cansados




Anónima tudo vês tudo observas
ufana assistes à vida (quiçá) exagerada
abrigas aves, refugio de namorados
às promessas de amor, que dão em nada

Altiva e bela sabes que hás-de morrer em pé

calada e muda resistindo a ventos agitados
o corpo está aqui, a mente noutro lado
crer num novo dia sem sonhos adiados


Garbosa e forte balanças teus braços
faz de conta que não ouves, nada vês
acredita no que dizem por uma vez


Sob a tua sombra e aconchego,                                           
descansam (os tais) corpos cansados                                  
viver eternamente, esquecer males passados.



 António Gallobar

,,,Deixar que a noite caia inteira num torpor

que será de mim alma descrente
dou por mim pensando que perdi o teu amor
E no que devia ter feito de diferente...


A ausência

A ausência...

Acordei atordoado, sem rumo na noite fria
senti um desconforto na alma, ingratidão
a porta aberta esperando quem disse que vinha
e me deixou na mais completa solidão

De soslaio acordo lentamente os sentidos
a ver a sombra que sobre mim se esbate.
Desperto alvoraçado, qual açoite
que me faz bater o peito a rebate...




Qual borboleta…

Dou comigo sentado numa pedra, perdido neste mundo
Olhando à minha volta alheio, indiferente a tudo
Vejo a vida que passou por este corpo, qual borboleta
Num voo irregular ziguezagueante e mudo

Levantei um braço, como que a dizer, vai-te embora!
Vida que me deixaste, qual sombra de mim a vegetar
O vento frio agreste me acorda e me desperta
Do torpor em que caí, neste eterno arrastar

Gritei alto, mas escutei apenas o meu eco
Pude então sentir a solidão de muita gente
Quando vê a vida lhe fugir ou a razão lhes mente

Respiro fundo, tentando ver um pouco mais claro
Ver se encontro a borboleta que me foge desde então
Não posso crer, ela acabou de pousar em minha mão.

António Gallobar

Pago com lágrimas o preço combinado

Sinto falta de ti, do que foste meu amor
não sei se me deixe adormecer
Cair num voraz, efémero e ilusório torpor
acordo a cada instante, me faz enlouquecer

No meio do medo, dessa tempestade sem te ver
mora o receio que a tua porta cerrada não se abra
fico vigilante, segurando a luz até amanhecer
para que o teu sorriso não tropece em nada

E velando assim a tua noite, o sol irá surgir resplandescente
e eu mesmo triste, manter-me-ei acordado
Nada dizes nem precisas, 
pago com lágrimas o preço combinado

Contarei as onda que chegam à minha praia
cada gesto de agrado teu me fará viver
tudo o resto pouco monta
vivo lutando para que possa acontecer


Maio 2011
António Gallobar

O que pensamos ser


Envolto na brisa suave

mansa, meiga impetuosa
passa o tempo arrastado 
riscando o céu pelo voo da ave

Marca no céu dos meus sonhos

dos meus beijos e loucuras
choros e gritos do meu eu
do que pensamos ser e não somos



Na Curva da Estrada

Esperei que voltasses
Na curva da estrada
No leito vazio
no meio do nada

Era já tarde
e a chuva caía
e tu que não vinhas
minha alma sofria

Mas, quando então
algo aconteceu
um raio de luz
na noite de breu

eras finalmente tu
no teu rosto um sorriso lindo
que se abria para mim
apertei-te nos meus braços sorrindo

Afinal valeu a pena esperar
na curva da vida
acabei por te ver
acabei por te encontrar